17 de maio de 2017

Quando alguém oferece um livro a uma biblioteca... breve crónica de um gesto que nos apraz

Não é tão raro assim contar, de quando em vez, com a doação de livros (do género literário, histórico, científico...) para o fundo documental da biblioteca escolar; gesto que apreciamos verdadeiramente, não só porque nele vemos um acréscimo mais ao número de obras disponíveis aos leitores, mas sobretudo pelo que encerra de partilha, de pôr em comum com a comunidade escolar, com os leitores que dela fazem parte, um livro ou vários que, assim, chegam a muitos mais. 
Oferecer um livro a uma biblioteca, sobretudo obras que resistem ao tempo (mesmo que marcadas pela usura...) e ainda distantes da obsolescência, é sempre uma generosidade, à qual respondemos com gratidão. Já recebemos de professores, de alunos, de instituições... mas não tem sido tão comum assim receber de encarregados de educação; não que já não tenha acontecido, mas é mais raro, dadas as faixas etárias que servimos -alunos adolescentes e jovens do ensino secundário. Por isso, este post não quer deixar de fazer menção à doação que nos chegou hoje. 
Chegou mais um livro à biblioteca, à biblioteca que serve muitos, e quão bem vindo foi! A singeleza do ato de partilha muito nos sensibiliza. Desta vez não veio daquele(a) professor(a), daquele(a) aluno(a), que reconhecem na biblioteca um centro de partilha, que a ela recorrem e sabem que ela lhe é significante; não, desta vez chegou de uma encarregada de educação, de alguém que leu, apreciou e que resolveu deixar aquele livro ao dispor de muitos mais, porque lido disseminará o seu ensejo e talvez deixe uma marca no leitor que virá. 
E logo, logo, o tal livro (da autoria de uma Prémio Nobel da Literatura), depois de catalogado, classificado, indexado, inserido no sistema... fará parte de um universo maior, de um acervo aberto a tantos... aguardando o próximo leitor.
Serás tu?

["(...) Dedico-me com desespero (de livro para livro) ao mesmo trabalho: reduzo a história à dimensão humana. (...) Se eu não lesse Dostoiévsky, o meu desespero seria maior..." 
_ Svetlana Alexievich, in Rapazes de Zinco. Edições Elsinore (2017)]

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