"Quem, vindo de outras terras, chegava ao País das Pessoas Tristes, não compreendia.(...) Contavam-lhes que o povo daquele país tivera um dia um imenso e belo tesouro e que alguém lho roubara (...) um tesouro tão grande e tão valioso que, sem ele, não podiam ser felizes.
- Um tesouro?, perguntavam os visitantes muito surpreendidos.
- Sim, um tesouro... A liberdade.
- A liberdade? Um tesouro?
(...)
- Sim, a liberdade é como o ar que respiramos, diziam-lhes os seus novos amigos tristemente. Só quando nos falta, e sufocamos cheios de aflição, é que descobrimos que, sem ele, não podemos viver..."
Até que um dia chegou em que, no País das Pessoas Tristes, as pessoas decidiram reconquistar o seu tesouro."
[cartaz da autoria de David Figueiredo, prof. de Artes]
Revisitar este marco da nossa história recente, um acontecimento que data de há 39 anos, e com ele lembrar o valor inalienável da liberdade como o pressuposto de uma cidadania democrática, participativa e solidária, é também literacia. E as bibliotecas são por excelência espaços onde germina a literacia, espaços de liberdade, portas abertas no tempo (como dizia Jorge Luís Borges).
É assim que, desde há alguns anos, a biblioteca da ESAF revisita e evoca:
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
[Sophia de Mello Breyner Andresen]
25 de abril é já na próxima semana. Vamos lembrá-lo.
[nota de final de página: neste post recorremos às palavras do grande e sempre lembrado Manuel António Pina (que certo, alegre e luminoso dia conversou com alunos nesta biblioteca), às palavras d`O Tesouro; às inteiras e limpas palavras de Sophia, também; e às de Borges, que associava as bibliotecas ao paraíso]
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