A Biblioteca Escolar da Esaf não esquece Padre António Vieira e, como dissemos aqui, associa-se, de modo singelo, às comemorações do Ano Vieirino 2008.
Em Dezembro, numa das actividades culturais desenvolvidas por nós, Vieira foi a referência tutelar que norteou um belo e original texto, em jeito de sermão, que foi dito e encenado no espaço da B.E. e que pode ser lido na arca de textos (aqui na barra do lado).
Vem isto a propósito da colaboração que nos chegou via e-mail e que quadra bem com as comemorações do Ano Vieirino.
Um aparte, porém, antes da leitura do texto recebido (esperamos outros que tais!)
Dentre as virtualidades dos blogues, para além do seu registo mais informal e livre do condicionamento - com pendor mais institucional - da tradicional homepage, salientam-se as potencialidades de "actual" interactividade e de construção mais "comunitária" (sem deixar de ser global). Serve isto para reiterar a mais valia que é poder contar com a colaboração dos nossos leitores e sentir que também eles podem tecer as linhas que iluminam (no sentido eléctrico claro, nada de interpretações transcendentais), o ecrã que tem pela frente. Assim vai acontecendo, aos poucos, mas vai. Já cá se postou texto de leitores, a propósito das experiências de leitura, na rubrica: "Li, Gostei e Recomendo - a voz aos leitores".
Apresente-se agora o saboroso, mas reflexivo e crítico texto que um aluno nos remeteu a propósito de Vieira. (E assim se justifica o início deste post).
A ler vamos:
Padre António Vieira – 400 anosEm Dezembro, numa das actividades culturais desenvolvidas por nós, Vieira foi a referência tutelar que norteou um belo e original texto, em jeito de sermão, que foi dito e encenado no espaço da B.E. e que pode ser lido na arca de textos (aqui na barra do lado).
Vem isto a propósito da colaboração que nos chegou via e-mail e que quadra bem com as comemorações do Ano Vieirino.
Um aparte, porém, antes da leitura do texto recebido (esperamos outros que tais!)
Dentre as virtualidades dos blogues, para além do seu registo mais informal e livre do condicionamento - com pendor mais institucional - da tradicional homepage, salientam-se as potencialidades de "actual" interactividade e de construção mais "comunitária" (sem deixar de ser global). Serve isto para reiterar a mais valia que é poder contar com a colaboração dos nossos leitores e sentir que também eles podem tecer as linhas que iluminam (no sentido eléctrico claro, nada de interpretações transcendentais), o ecrã que tem pela frente. Assim vai acontecendo, aos poucos, mas vai. Já cá se postou texto de leitores, a propósito das experiências de leitura, na rubrica: "Li, Gostei e Recomendo - a voz aos leitores".
Apresente-se agora o saboroso, mas reflexivo e crítico texto que um aluno nos remeteu a propósito de Vieira. (E assim se justifica o início deste post).
A ler vamos:
Actualidade ideológica?
António Vieira, nascido há 400 anos, alcançou grandes e valorosos feitos para a época em que viveu. No entanto, permitam-me a rudeza de afirmar que, se hoje nascesse, não passaria, provavelmente, de um paroquiano incógnito. Não porque as suas ideias não sejam actuais, longe disso, aliás, mas porque, se hoje criticasse com a mesma força com que o fez no seu tempo, seria por certo abafado; mais cedo ou mais tarde, o tempo de antena havia de se lhe acabar. Hoje em dia, se um padre incomoda muita gente, há-de aprender a guardar para si a sua opinião, para não correr o risco de desviar para a claridade os espíritos mais dúbios. Dá jeito manter o rebanho debaixo da árvore para que este não vislumbre o céu!
No entanto, as suas ideias, os seus sermões, mantêm-se muito actuais. Ou seja, em 400 anos de existência humana, os defeitos mantêm-se (ou agravam-se) e as virtudes, quando surgem do lado incómodo da coisa (criando alguma comichão!), facilmente se escondem com uma vigorosa coçadela que abane o suficiente a dita “coisa”, a sociedade em que estamos.
Por isso, por tudo isto (e mais algumas coisas), Vieira, se hoje pregasse para os lados do Maranhão, talvez falasse dos muito ricos e dos muitíssimo pobres. Talvez falasse, recorrentemente, do oportunismo, da ambição, da hipocrisia. Talvez, hoje, aparecesse na televisão brasileira aos berros, com um crucifixo na mão, e incitasse o Homem a mudar, a abrir os olhos… Mas afinal, para quê? Ele esteve cá há 400 anos e, desde então, pouco, muito pouco (talvez até nada!) mudou. José Luís Quesado (11.º B)
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