fotografias de Victor Seco
“O que pode oferecer a Filosofia (como “tradição” e “método vivo”) aos habitantes do mundo contemporâneo?
O que pode oferecer a Filosofia à comunidade educativa no Séc. XXI? Que “valores” educativos transversais podem ser suscitados pelo estudo de uma "atitude filosófica" na prática de docentes e discentes?”
Duas questões, dois pontos de partida para a problematização do lugar e do papel da Filosofia na sociedade contemporânea e na escola actual; duas problemáticas que serviram de mote para a aliciante conferência proferida pelo Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Viriato Soromenho-Marques, na Segunda-feira, dia 7 de Janeiro, no polivalente da Escola Secundária Alcaides de Faria. Centenas de alunos e outros membros da comunidade educativa escutaram atentamente, durante mais de uma hora, as ideias que o Professor veio partilhar connosco. Falou de Filosofia, de valores, de educação, num registo adequado a um auditório de jovens, mas sem concessões porque marcado pelo rigor da discursividade filosófica. A Filosofia não tem que ser árida, pode e deve ser clara, falando daquilo que é matricial. A atenção das centenas de alunos à vivacidade do orador provou-o. A dimensão questionante, interrogativa, crítica, sempre inconformada face ao preconceito e às ideias feitas, prendeu o interesse de todos quantos escutaram as palavras de V. Soromenho-Marques. Afinal quem poderia ficar indiferente a um discurso onde se falou da automomia do pensar, da responsabilidade pessoal e social, de reciprocidade dialógica na relação “Eu-Tu”, da necessidade de trabalho colaborativo, das lideranças repartidas e do sentido de comunidade, de humildade e do respeito pelo Outro, do pluralismo da condição humana e do grande desafio que se coloca à Humanidade, e que urge deixar de protelar, ou seja: “civilizar a relação dos seres humanos com a Natureza”, como referiu o conferencista, citando Victor Hugo. Quem afinal poderia ficar indiferente a tudo isto? No polivalente da ESAF, a audiência deu mostras de que não ficou indiferente.
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