12 de abril de 2022

Li, gostei e recomendo... a palavra aos leitores.

 O que nos diz Margarida Barbosa, aluna do 11º F (ESAF), sobre este livro que leu, gostou e recomenda:

Ás de espadas
Autor: Faridah Àbiké-Íyímídé
Tradutor: Leonel Gomes
Editor: Desrotina
Ano de edição: 2022
N.º de págs.: 392
Categoria: Romance

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"Há uns largos meses, enquanto estava a navegar pela internet, deparei-me com o livro Ás de Espadas e apesar de o seu enredo me ter interessado, acabei por esquecer-me dele. Apenas uns tempos depois, quando voltei a deparar-me com mais uma recomendação do mesmo, é que tive a iniciativa de o comprar e finalmente ler, e hoje, por meio do “Li, gostei e recomendo…”, venho contar o quão valeu a pena a leitura desta obra. 
Ás de Espadas é a estreia de Faridah Àbíké-Íyímídé, uma autora inglesa, publicado em junho de 2021 e pertence aos géneros de Suspense e Ficção para Jovens Adultos. A história segue dois alunos da prestigiada Niveus Private Academy, Devon e Chiamaka, e a progressão das suas vidas depois dos seus segredos serem expostos para todos os alunos da escola por um mensageiro de texto anónimo, Aces. Devon e Chiamaka são dois jovens completamente diferentes e tal é evidenciado, principalmente, pelas suas situações económicas. Enquanto Devon é um jovem com dificuldades financeiras e que apenas consegue um lugar na academia através de uma bolsa de estudos, Chiamaka é uma jovem com privilégio económico. No entanto, ambos acabam por ser as únicas vítimas de Aces num ataque à privacidade pessoal, o que os deixa a questionar o elo de ligação que poderia existir entre os dois para tal acontecer. A obra desenrola-se a partir destas duas incógnitas “Quem é Aces?” e “Porque é que nós os dois somos as únicas vítimas?”. Com a ajuda do mistério e do conflito criado, a obra aborda os preconceitos sociais do racismo institucional, classicismo e homofobia, e como estes preconceitos influenciam as revelações do mensageiro anónimo e as reações e consequências a estas revelações. 
Este livro, acima de tudo, é um livro perspicaz. Ao conjugar um enredo inicial já conhecido e amado por muitos, com a importância da consciencialização e apreensão dos efeitos estruturais dos problemas sociais que retrata, consegue alcançar uma audiência muito abrangente para a educação sobre estes preconceitos, que infelizmente regem a nossa sociedade. Através da escrita instigante da autora, envolvemo-nos na história destes dois adolescentes carismáticos e intrigantes, especialmente de Chiamaka. Esta é uma rapariga com um grande estatuto, conhecida pela sua determinação, perseverança e orgulho inquebrável, mas que ao longo da história revela vulnerabilidade ao deixar transparecer os seus conflitos interpessoais, e ilustra o confronto da sua identidade como rapariga negra numa escola em que o outro único jovem negro era Devon. A deleitável experiência de leitura deste livro é uma que não podia evitar recomendar, pois para além de entreter com o seu enredo bem elaborado, explora as nuances e interseccionalidade de problemas sociais que não devem sair das nossas conversas. Se tiverem a oportunidade aproveitem dos dotes desta escritora em ascensão e leiam este livro.”

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