Um poemário
à tua espera!
Passa por
cá, toma um poema, lê-o ou, se quiseres, di-lo.
Deixa que as
palavras te tomem de outro modo, se entranhem e, por um instante que seja, te
estremeçam ou enlevem!
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Por agora,
António Ramos Rosa no poema:
A palavra
"A
palavra é uma estátua submersa,um leopardo
que
estremece em escuros bosques,uma anémona
sobre uma
cabeleira.Por vezes é uma estrela
que projecta
a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem
destino no clamor da noite,
cega e
nua,mas vibrante de desejo
como uma
magnólia molhada. Rápida é a boca
que apenas
aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os
subtis tornozelos,os cabelos ardentes
e vejo uma
água límpida numa concha marinha.
É sempre um
corpo amante e fugidio
que canta
num mar musical o sangue das vogais."
[Acordes, 1989]
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