E naquele velho livro de Camilo Castelo
Branco, folhas amarelecidas pelo tempo, que suscitara dúvidas (assistentes
operacionais atentas) quanto à grafia do título... uma descoberta acidental (de
certo modo, gratificante)! Ali, entre
páginas há muito quietas, quando agora folheadas, eis que chega até nós (neste
setembro de 2017) não apenas a memória de antigos empréstimos domiciliários,
nem tampouco dos leitores que outrora seguiram a trama das novelas de Camilo
(hoje tão esquecido) ou se deliciaram com o seu estilo, mas também, ali, em
letra de forma e em bom estado, um talão de empréstimo domiciliário dos anos de
70 do século passado. E com ele a memória de um tempo de décadas que (queremos
querer) talvez ainda defina aquilo que somos hoje. O tempo da antiga Escola
Industrial e Comercial de Barcelos. A génese daquela que seria, mais tarde,
Escola Sec. de Arcozelo, depois Escola Secundária Alcaides de Faria, e hoje,
com o mesmo nome, é sede do Agrupamento de Escolas Alcaides de Faria. Sim,
nesse outro tempo, outras gerações, a biblioteca lá estava, não sob o mesmo
paradigma dos dias que correm, mas estava, e os seus ecos chegam até nós,
assim: inesperadamente!
Pode um livro ser uma verdadeira cápsula
do tempo?
(a pergunta pode até parecer retórica,
porque um livro é uma cápsula de tempo, mas faz contudo lembrar que nas páginas
de um livro, pedaços de história, paisagens, arquitecturas, objectos,
sentimentos, enredos, relatos de batalhas, amores, estórias de vida, notas de rodapé,
até mesmo um velho talão de empréstimo... podem coexistir.)
Ei-lo
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