Esta manhã, na sala de leitura da biblioteca escolar da ESAF, no contexto online de um webinar sobre Luís de Camões, promovido pela RBE, alunos e professores assistiram à apresentação, por parte de dois professores da Universidade de Coimbra, Carlota Simões e João Manuel Fernandes, da enunciação e defesa da tese (já anteriormente postulada por Mário Saa) de que o Vate terá nascido em 23 de janeiro de 1524.
Cruzaram-se premissas literárias e científicas; por um lado o poema de Camões "O dia em que nasci morra e pereça...", por outro, a constatação de naquele dia, há mais de 500 anos, ter ocorrido um eclipse solar. Ou seja, num soneto camoniano e num fenómeno astronómico, pode bem estar, quiçá, um indicador da data de nascimento do Príncipe dos Poetas.
A sessão online, orientada a partir da @rbe_pt contou ainda com a excelente intervenção vocal do ator António Fonseca, que nos disse o soneto:
O dia em que nasci morra e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar,
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o sol padeça.
A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas, pasmadas de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!
(Luís de Camões)
[Gratos à Rede de Bibliotecas Escolares por esta oportunidade, estendida a inúmeras escolas do país e milhares de alunos online, de seguirmos as explicações e raciocínios de uma matemática e de um astrónomo em torno da possível data do nascimento do autor d'Os Lusíadas]
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