Esta manhã, na sala de leitura da biblioteca da ES Alcaides de Faria, tivemos o privilégio e a honra de receber e seguir as palavras e ideias de dois ilustres académicos da Universidade do Porto: a Professora Fátima Vieira (vice-reitora para a Cultura e Museus da Universidade do Porto - da qual também é Professora Catedrática -, e dinamizadora cultural de vários projetos, dentre os quais o Projeto Casa Comum da U. Porto) e o Professor Carlos A. Brochado de Almeida (Historiador e Arqueólogo, com obra notável neste âmbito). O encontro marcou o início do Ciclo de Conversas promovido pelo "Festival Barro à Parede" (Projeto Cultural de Escola do AEAF) no âmbito da 1.ª Bienal de Cultura e Educação em curso (Plano Nacional das Artes). E que grande momento foi esta primeira conversa em torno da história, da literatura e do potencial das ideias transformadoras, tomando como "leitmotiv" não só o riquíssimo património do Figurado Barcelense, mas também as dimensões da criatividade, da inventividade, do imaginário, que lhe estão associadas. Justa ilustração do que é o conceito de património (i)material, que de resto já será tempo de ser alcandorado (o Figurado Barcelense) ao estatuto que merece: Património Imaterial da Humanidade.
Numa conversa moderada, de forma irrepreensível, pelo professor de História e também investigador local Fernando Miranda, perante uma audiência de jovens alunos do ensino secundário, professores e outros elementos da comunidade escolar e envolvente, onde não faltou a leitura de um tocante poema de Fiama Hasse Pais Brandão; os convidados de honra da equipa que organiza o Festival "Barro à Parede", prenderam e conquistaram a atenção de todos com digressões histórico-literárias em torno da modelação de um futuro, que desejamos melhor e norteado pelas dinâmicas virtuosas da utopia, respaldados num fundado conhecimento da História, mas também no veio heurístico e prospetivo do devir humano, que a boa literatura igualmente nos concede. Falou-se da cerâmica dos primórdios, do seu papel na afirmação de civilizações primevas, mas também dos artefactos de barro moldados ao sabor da inventiva dos artesãos; falou-se de tradição e património, de herança e identidade; mas também do poder das ideias, do impulso utópico, de William Morris, do Arts & Crafts, do sentido de comunidade, do acesso democrático à cultura e às mais diversas expressões artísticas, da recusa da mesmidade e do pensamento único, até houve tempo para recomendações de leitura, como aquela, feita por Fátima Vieira, do filósofo Byung-Chu Han.
Em suma, um grande momento de partilha de conhecimento que, de forma transversal, chegou a todos os presentes, dos jovens alunos ao professor mais experienciado.
O Ciclo de Conversas começou muito bem, outras, com outros agentes, se sucederão; e com elas também cinema, música, oficinas, arte e cultura. Não são estes, afinal, os desideratos do Plano Nacional das Artes, ou indo mais longe, os desideratos da educação em geral!
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