26 de abril de 2018

Nos 44 anos do 25 de Abril de 1974

Perante uma plateia constituída por alunos de cinco turmas (do 7.º ao 12.º ano), biblioteca cheia, revisitou-se hoje aquele "dia inicial inteiro e limpo / onde emergimos da noite e do silêncio" (Sophia), assinalando assim, em ambiente de sensibilização, mas também de festa, o quadragésimo quarto ano da "Revolução de Abril de 1974". Celebrámos a Liberdade por via das palavras, da poesia, do conto, da música e das canções; evocámos histórias e conversámos com um dos militares de Abril, o coronel Bacelar Ferreira, que em 25 de abril de 1974 assumiu, como elemento das Forças Armadas (posto de Capitão), o comando da Unidade (BAM, Póvoa de Varzim) e participou nas ações militares que lhe foram atribuídas - ocupação da ponte de Vila do Conde, sobre o rio Ave e ocupação da emissora de rádio Azurara. Falou-nos da Revolução da Abril, dos ideais que dali emergiram e conduziram à instituição de um regime democrático; falou-nos da liberdade como condição de felicidade; salientou o quanto é importante lembrar a conquista dos valores democráticos e preservar o seu mais lídimo sentido; alertou para os perigos que a democracia corre nos tempos de hoje, face à emergência de derivas totalitárias e de ideologias avessas a valores como a solidariedade, a equidade, a liberdade (em todas as suas dimensões); soube ainda lembrar que o cerne da nossa civilidade democrática, assente em direitos e valores que nos são intrinsecamente inalienáveis, também corre riscos se deixarmos de valorizar a sua defesa e os entendermos como algo de consumado.
A democracia, mesmo com os seus óbices, é um regime de liberdade, de direitos e garantias fundamentais, de sociedade aberta, mas simultaneamente também por isso frágil face ao que na sombra, como a História nos recorda a todo o momento, se pode maquinar.
Lembrar Abril de 1974 é recordar que a tarefa da construção democrática é sempre algo de inacabado.
No final e em uníssono: a Grândola Vila Morena.

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