Quarta-feira, dia 5, foi noite de tertúlia literária, tendo como leitmotiv "à conversa com" José Manuel Veiga, autor do livro de poemas: "Corpo Inevitável".
Num cenário diferente do que é habitual, muito fruto do engenho de um grupo de alunos do 11ºU (Ensino Recorrente), pontificava uma mesa sobre a qual se dispunha um conjunto de exemplares do livro do autor à mistura com outros que lhe são gratos (reparei num António Franco Alexandre, num Neruda, num V. Graça Moura e mesmo nas Cidades Invisíveis de Calvino, entre outros), quatro cadeiras em redor, onde se sentavam: para além do autor, Francisco Carmelo (professor e poeta), Marieta Barbosa (professora que também escreve e sempre presente nestas lides culturais da BE) e a minha pessoa enquanto coordenador (professor com funções de bibliotecário) deste espaço educativo/centro de recursos e animação cultural (passe a publicidade); e flores, muitas flores de magnólia, belíssimas flores, sobre uma rede de tecido verde, uma vela aqui e ali também soltas pétalas.
Pintado o quadro; pela frente, um bom auditório que não só se deliciou em ouvir poesia (ou as palmas enganam e o assentimento no ar também!) como, a determinado momento, soube produzir o inesperado, quando a iluminação cessou e, no escuro da sala, de todos os lados emergiam vultos que, com um foco, iluminavam poemas do autor que iam lendo a diferentes ritmos e em diferentes registos. Uma merecida homenagem, afinal, ao autor que tão bem conhecem. Surpreenderam a audiência e sobretudo o professor-poeta que não esperava tal.
Num cenário diferente do que é habitual, muito fruto do engenho de um grupo de alunos do 11ºU (Ensino Recorrente), pontificava uma mesa sobre a qual se dispunha um conjunto de exemplares do livro do autor à mistura com outros que lhe são gratos (reparei num António Franco Alexandre, num Neruda, num V. Graça Moura e mesmo nas Cidades Invisíveis de Calvino, entre outros), quatro cadeiras em redor, onde se sentavam: para além do autor, Francisco Carmelo (professor e poeta), Marieta Barbosa (professora que também escreve e sempre presente nestas lides culturais da BE) e a minha pessoa enquanto coordenador (professor com funções de bibliotecário) deste espaço educativo/centro de recursos e animação cultural (passe a publicidade); e flores, muitas flores de magnólia, belíssimas flores, sobre uma rede de tecido verde, uma vela aqui e ali também soltas pétalas.
Pintado o quadro; pela frente, um bom auditório que não só se deliciou em ouvir poesia (ou as palmas enganam e o assentimento no ar também!) como, a determinado momento, soube produzir o inesperado, quando a iluminação cessou e, no escuro da sala, de todos os lados emergiam vultos que, com um foco, iluminavam poemas do autor que iam lendo a diferentes ritmos e em diferentes registos. Uma merecida homenagem, afinal, ao autor que tão bem conhecem. Surpreenderam a audiência e sobretudo o professor-poeta que não esperava tal.
Uma tertúlia literária com poemas, muitos poemas, mas também com palavras, outras e belas palavras, sobre o que é a poesia, o amor, as mulheres, o mar... figuras recorrentes nesta obra do autor.Em jeito de conclusão, com nuances de notícia (em diferido), abri a sessão relembrando a génese editorial do livro (Corpo Inevitável); Marieta Barbosa tomou a palavra para discorrer sobre muitos dos poemas que a tocaram; Francisco Carmelo falou do poeta José Manuel Veiga mas também, no seu jeito suave, sobre esse "espaço" chamado poesia e do que ele representa. Quanto ao autor, esse, inspirado, leu e prazenteou o auditório num jogo de contraponto, com perguntas e deixas, lendo vários dos seus poemas e respondendo ainda (num tom, tangendo o humorístico, brincando consigo e com as palavras) a algumas provocações poéticas vindas da mesa e de parte da assistência. Uma noite em cheio.
Vamos repetir?!Eis um poema:
Apenas
a casa branca
segura a
névoa.
Olhos nos olhos,
minúsculas ondas.
Na aguarela verde
e verde-negra
debicam
aves marinhas
misturadas.
Ninguém!
Parado como
o resto da
paisagem,
ouço as vozes
que o
mar inventa
com resposta.
Até a leve
luz
teima em
deixar
lentamente
este lugar.
Aqui,
o dia nunca
acaba,
agarra-se
aos calcanhares
da noite, cego
d`alegria e
já sonha.
Depois,
deita
a cabeça
sobre os seus
seios, ri
e
adormece.
José Manuel Veiga, in Corpo Inevitável
3 comentários:
Mencionar o António Franco Alexandre, saber que o livro estava lá, é um curioso indício de que há alguém menos distraído. Já agora quem o lê não o trata como um poeta qualquer desses que publicam livros. Sabem que é mesmo um autentico poeta. Não o misturam com os outros entre parêntises.
Gostei muito deste poema
Gostei muito deste poema.
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