18 de fevereiro de 2008

Ano Vieirino #2

É extremamente encorajador para quem vê no blogue (que se pretende de pendor educativo e cultural - onde o amor aos livros, às palavras, numa expressão, à cultura, se constitui como fio condutor) uma ponte entre quem disponibiliza os conteúdos e quem lê, que a interactividade funcione. E assim acontece!
Na sequência de posts anteriores, em torno do quadricentenário de Padre António Viei
ra, eis que nos chegaram mais textos, com interesse, elaborados por alunos.
Apresenta-se, por agora, o que se segue, mais se seguirão em próximos posts.


Padre António Vieira – 400 anos

Este ano celebra-se o 400º ano após o nascimento de um dos maiores vultos da cultura portuguesa: Padre António Vieira. E, quatrocentos anos volvidos, pouco mudou. Quer dizer, a principal mudança foi o desaparecimento de pessoas com a coragem de dizer o que pensam e de criticar de forma tão acérrima os homens, com esperança de os mudar. De facto, o seu “Sermão de Santo António aos Peixes” é um dos melhores exemplos de crítica ao homem que alguma vez existiu. Nele, são criticados os maiores vícios e defeitos dos homens, com esperança de os deixar a reflectir e a mudar. É isso que se verifica? Não! Torna-se então urgente o aparecimento de um novo Padre António Vieira, capaz de abrir os olhos aos homens, capaz de os salgar. Infelizmente, ainda há por aí muitos polvos, rémoras, voadores, roncadores, e todos os outros peixes repreendidos no Sermão.

Outro aspecto, e talvez este ainda mais gritante que o anterior vai de encontro à principal luta de Vieira: a defesa dos índios. Falta também quem continue esta luta! Não me refiro apenas aos índios, mas às minorias éticas no geral, que são vítimas de inferiorização e discriminação, ainda nos dias de hoje. Torna-se, mais uma vez, necessário o aparecimento de um sucessor de Vieira, alguém que se atreva a dizer “BASTA!”, e que consiga, de uma vez por todas, fazer aquilo que Vieira não conseguiu: mudar o mundo.

Em suma, podemos concluir que, apesar de 400 anos passados, as ideias de Padre António Vieira se mantêm actuais, visto que ainda se verificam discriminações e que o Homem mantém os vícios e defeitos daquela altura. _ Fernando Durães, 11º B

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