22 de janeiro de 2008

"Li, gostei e recomendo" - a palavra aos leitores

Marta Barbosa, aluna do 10º D da ESAF, faz aqui uma recensão "afectiva" de um livro que leu, gostou e recomenda.

"O Diário de Anne Frank"

É difícil descrever como este livro é grande. Grande como um importante depoimento da 2ª Guerra Mundial, grande como formidável relato de uma adolescência e de todo o turbilhão de sentimentos a que a ela é subjacente. Todas as dúvidas, medos, incertezas, frustrações, tristezas seguidas de momentos de euforia… Um turbilhão de sentimentos e de situações que são por vezes tão complicados de gerir, e que tantas vezes ficam no silêncio de cada um.

Neste livro temos estas duas posições, estas duas dimensões numa só, vividas por Anne Frank, uma criança de treze anos a quem a guerra e os erros humanos injustiçaram, ao privá-la de todo o Mundo que existe para além de um anexo isolado, justamente nesta idade, nesta altura, neste momento tão delicado da sua vida. Se, ainda em liberdade, as páginas escritas por Anne parecem transparecer infantilidade e até futilidade, logo esse “lapso” é desvanecido com o virar consecutivo de cada página; sendo que cada uma dessas páginas é fruto da necessidade íntima de exteriorizar o que dentro dela a preenchia.

Entre todo o ambiente de terror e ansiedade constante presentes na vida de qualquer refugiado, a incompreensão por parte de todos e sobretudo pela mãe que não compreende que é demasiado especial e inteligente para aceitar o existente, de forma incondicional, sem questionar, e, por fim, uma tão importante e doce paixão, há lugar para um enorme crescimento, não só físico mas sobretudo mental. Forçada a entender o Mundo mais cedo, esta criança desenvolve de forma admirável e reveladora de uma espantosa inteligência, um profundo poder de observação, introspecção e compreensão daquele ambiente que, sem ter tempo de perceber porquê a envolveu... durante dois anos. Dois anos em que um leitor atento e apaixonado pela história percebe o quão esta menina cresceu intelectualmente.

É comovente ver como alguém tão jovem, uma criança que, entre os treze e os quinze anos de idade se transforma numa grande mulher, tem a coragem e o arrebatador desejo de lutar pela vida que lhe querem roubar! Tomo este livro como um excelente exemplo de inteligência e sensibilidade absolutamente admiráveis, se pensarmos que a autora desta obra de arte, tinha… entre treze a quinze anos.

Se pensarmos bem, “as alegrias e as lágrimas são as mesmas em todos os seres humanos e em todas as partes do Mundo”, mas aqui está uma especial perspectiva.

Marta Barbosa 10ºD (na ESAF)

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